A crise da água no Rio de Janeiro

A crise da água no Rio de Janeiro

Desde o início de janeiro, moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro têm reclamado da qualidade da água que chega às torneiras. Segundo a população da área atingida, a água distribuída pela CEDAE tem chegado em vários bairros do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense com problemas de turbidez, cor e odor.

A empresa alega a presença de geosmina, um composto orgânico volátil, produzida por bactérias heterotróficas ou cianobactérias, que crescem em abundância em ambientes aquáticos de mananciais que recebem esgotos não tratados.

Uma consequência do lançamento de efluentes domésticos e industriais não tratados nos ecossistemas aquáticos é a ocorrência de acelerados processos de eutrofização. Um enriquecimento artificial desses ecossistemas pelo aumento das concentrações de nutrientes na água, resulta num aumento dos processos naturais da produção biológica em rios, lagos e reservatórios.

A eutrofização artificial produz mudanças na qualidade da água incluindo a redução de oxigênio dissolvido, da biodiversidade aquática, a perda das qualidades cênicas, a morte extensiva de peixes e o aumento da incidência de florações de microalgas e cianobactérias.

Pesquisadores da UFRJ (Nota técnica_ caso CEDAE) afirmam que a geosmina não é tóxica, apesar de conferir odor e sabor em intensidade, causando objeção ao consumo humano. No entanto, a geosmina pode indicar a presença de cianobactérias em grande quantidade na água captada. Esses microrganismos podem produzir algumas toxinas muito potentes (cianotoxinas), que precisam ser removidas durante o tratamento da água para não comprometer a saúde da população.

Segundo reportagem do Globo (08/01/2020), a água turva, com cheiro e gostos fortes que chegou às casas pode ter provocado casos de gastroenterite, diarreia e vômito na população. Apesar da CEDAE garantir que não há riscos para a população, especialistas afirmam que esses sintomas podem ter relação com a ingestão de água contaminada.

Ainda sobre a geosmina, Rafael Almada, presidente do CRQ-RJ, afirma que alguns estudos dizem que a geosmina não tem impacto na saúde de quem a consome, mas esses estudos ainda precisam ser ampliados para dar segurança sobre essa toxicidade.

Adacto Ottoni (O Globo, 08/01/2019) alerta que apesar de a CEDAE afirmar que a geosmina não faz mal, a presença dela indica outros componentes tóxicos, como as cianotoxinas.

Para o professor da UERJ, Gandhi Giordano, a água que chega pela rede da CEDAE, não é potável, uma vez que está incomodando a população. O professor questiona os laudos, dizendo que não foram analisados parâmetros relevantes para a garantia de água potável.

Ainda segundo a reportagem do dia 08/01 (O Globo), a CEDAE atribui a turbidez da água à presença da geosmina, mas especialistas alertam que outros parâmetros devem ser avaliados para garantir os padrões de potabilidade da água (portaria 2914 – no total são 70 parâmetros), entre eles:

  • Metais pesados;
  • Hidrocarbonetos;
  • Agrotóxicos;
  • Cianobactérias.

Estes parâmetros não foram mencionados pela CEDAE e, mesmo em baixa concentração, já são tóxicos para a população.

Diante de tantos relatos de casos de problemas de saúde relacionados à qualidade da água e o desencontro de informações entre a CEDAE e os especialistas, a população tem recorrido à compra de água mineral e fervura da água após filtragem.

A crise da água no Rio de Janeiro

Água turva que tem saído de torneiras no Rio de Janeiro.

Neste contexto, torna-se essencial a garantia da qualidade da água distribuída.

Segundo os pesquisadores da UFRJ, em caráter emergencial, outras alternativas de tratamento da água devem ser consideradas propondo-se a utilização de medidas corretivas, como oxidação avançada ou adsorção com carvão ativado.

A CEDAE implementou na última quinta-feira (23/01), o tratamento com carvão ativado granular introduzido na água captada do rio Guandú. Embora o carvão ativado granular apresente elevada remoção de toxinas, a competição com a matéria orgânica dissolvida na água pode resultar em problemas na prática do tratamento.

Para uma solução definitiva, o sistema de tratamento de água deve ser modernizado a longo prazo, incluindo tecnologias mais avançadas, além do investimento na despoluição dos mananciais e do tratamento de efluentes antes de serem descartados nos rios.

A contaminação da água é algo muito grave, muito sério, é questão de saúde pública.

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